quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Por ti chamo

Não gosto da dor
é uma ostra desventrada
fica vazia do teu calor.
Nela fica a vida magoada
lentamente é largada
fora do meu cruzeiro.
Resisto
insisto
avanço
por ti chamo
de braços abertos
aos teus afectos...
Vou vencendo
o pior inimigo
em luta comigo
a solidão
fechada na mão.
Maria,filha do Mar Longe

sábado, 26 de dezembro de 2009

viagem


Escrever é como uma viagem no mundo da palavra.Mas há que não nos deixarmos arrastar pelas vogais e consoantes.Estas letrinhas são fadas do nosso eu,adoram ver as correntes arrastar a pena apressada.Bricam ,Riem.jogam com o que nos vai na alma.
Nessa viagem embarco.Levo comigo a tua ausência .A lua sorri do meu devaneio feito da esperança do teu regresso como se este aliciasse a realidade de mim própria.Oiço palavras não sei de onde.As vogais e consoantes levam até a ti,a mágoa de saber o teu rosto acariciando outro que deveria ser o meu .Fui a grande
fragância do teu espaço interior e aí descobri a essência de ti próprio.Uma gaivota
plainando rente ao areal mítico para descolar na tangência das ondas do mar agitadas por sereias vindas do acaso.Fiquei só na praia nua.Silenciosa.Possui-te como ninguém.Tu amedrontaste-te.Sei que posso continuar a viagem das vogais e consoantes.Levo -te comigo até a ausência da tua voz,ciciando -me nos momentos
de prazer eufórico.Partiste sem dizer adeus com os teus ventos pianando a verdade da mentira.A saudade ficou a morar no meu coração.E com a saudade viajo com as
minhas vogais e consoantes.Chegou o momento de rumos diferentes.Ficarão apenas momentos não esquecidos.

Maria,filha do Mar Longe

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

pergunto

Pergunto ao Universo
por ti
nada me diz
sorri
brinca travesso
com a ansiedade
da ausência
silência
o teu paradeiro
fecha -se em segredo.
As nuvens fico a olhar
vejo-as velejar
Peço a Eolo o cavalo alado
alegremente cantar-te
procurar-te
nas estrelas a brilhar
entre Anjos de outras vidas
amorosas vividas.
A solidão
não tem nome
nem dimensão
é apenas um senão
apenas enorme
fica sem tempo
depois vai-se como o Vento.

Maria,filha do Mar Longe

domingo, 13 de dezembro de 2009

uma realidade

HÁ QUE ACEITAR A REALIDADE DO QUE SOU,A INCERTEZA INTOLERÁVEL DA sOLIDÃO.

NÃO PASSAS DE UM FRUTO PROIBIDO.sEMPRE DISPOSTA A NÃO TOCAR POR MUITO QUE CUSTASSE.

UM SACRIFICIO DE CANSAÇO.

NA VERDADE ,HÁ MUITO POUCO PARA DIZER.fOSTE UM EPISÓDIO DE TENTAÇÃO E SATISFAÇÃO DE DESEJOS E TORTURAS.SÓ QUERIA ABRAÇAR-TE ,SENTIR-TE JUNTO A MIM.SENTIR-ME-IA DELICIADA POR PODER ESTAR CONTIGO,BEM ABRAÇADA SEM NADA DIZER.
SÓ GOSTARIA DE SER OUTRA PESSOA DE MODO A PODER SENTIR-ME MAIS À VONTADE .
PROMETIA CENTENAS DE VEZES DESISTIR,MAS ACABAVA POR ARRISACAR A EXISTÊNCIA .NÃO CONSIGO VARRER-TE PARA DEBAIXO DO TAPETE.sEI QUE SOU UM BRINQUEDO FECHADO NUM ARMÁRIO.MESMO AÍ ,VIVO NO RECEIO DE SER ENCONTRADA.MESMO ASSIM,SINTO-ME UMA ADOLESCENTE REVOLTADA.

PORÉM,É QUE VIVEMOS EM MUNDOS DIFERENTES.REGRAS A CUMPRIR.CADA UM VIVE O SEU MUNDO SONHANDO COM UM MUNDO ONDE JÁ NÃO ESTEJAMOS SEM HORIZONTES.

AS PESSOAS PARTEM.OS AFECTOS SÃO PRODUTOS DE SUERMERCADO.DEPOIS ,UM DIA VOLTAM DE VISITA À PAISAGEM INTERIOR COM O OBJECTIVO DE BEM ESTAR COMO UMA BRISA DE VERÃO.

FOSTE EMBORA.SOBREVIVI.FECHEI AS PORTAS.FOSTE UMA ALUCINAÇÃO EXTRAÍDA

DA VIDA.

MARIA,FILHA DO MAR LONGE