domingo, 31 de janeiro de 2010

Etna e a terra do mar longexiv

JÁ já não era tempo para se desenterrar o passado ,mas soterrar outras vivencias com outras cores e aromas cuja fragãncia actuaria como como lenitivo de molde a não atingir a alma .O grande objectivo do homem é compreender a casa interior sem ódios nem raivas por se sentirem portugueses de segunda classe .Uma rotulagem muito antiga,desde os seus tempos de mennaEssa conscientazição só pode despertar qdo se tiver a compreensão de que precisamos uns dos outros.
Os que vieram com Etna devem ter dito ao senhor do Universo :A quela mulher veio à procura do tempo perdido .Não a queremos humilhada.Deixa-nos acompanhá-la de perto para ser capaz de saborear ao seu geito Terra do Mar Longe a que chama na brincadeira "a terra do nunca"e imagina.se uma Peter Pan e teatraliza imaginativamene.Não queremos que chore mais pelos que já perdeu .Trouxe-nos para nos deixar entre as casuarinas e a aldeia dos macacos fazendo de jane ,tarzan e chica pendurados nas acácias raquiticas de tanto serem trepadas ,aí refugiando-se dos perturbavam a quietude de vida selvagem .
Etna sentia a presença dos que já não lhe pertenciam.Tal sentimento alegravam-na.Protegida.
Maria do outro lado mar.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Etna e a terra do mar longexiii

Etna parou em frente da casa do Capitão do Porto.Sorriu do sonho de antigos alunos do colégio-liceu pretenderem fazer da mesma uma espécie de residencial,mas foi uma ideia que moreu à nascença.Agora ali estava solitária ao sabor dis ventos e que soavam como uma . despedida.Sentia que se um dia voltasse ,a casa do capitão do Porto seria outra realidade.Pena seria se aquela casa se transformasse em algo sem nome e sem tempo.Todos os povos tem necessidade de conhecer o início do seu universoe onde iriam buscá-lo?Encolheu os ombros ,pegou nas sandális e pos-se a caminho.Tinha tanto para revisitar.Não estava só.Os que já tinha partido deviam estar nalguma galáxia num aula de catequese sobre a sua alma e nos intervalos desciam como borboletas e volteavam â sua volta.Etna lera em algures que não se entra sozinho no Universo Cósmico.Há sempre o Anjo da guarda que nos conduz ao dono desse Universo.Seria por ai que teria as "tais mansões?
Maria,filha do Mar Longe

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

etna e a terra do mar longexii

O dia amanhecera como habitualmente Frescura matinal que arrepiava já o corpo.O mês de Agosto fora sempre previligiado pela amenidade.Agora esta amenidade revestia-se da presunção de um princepe encantado de capa e espada.Ao alvorecer ,a capa protegia-o do fantasma da cacimba ,pela manhâ a espada cortava os arrepiaos ,substituindo-os por uma temperatura amenamente aquecida pelo astro rei que velozmente se empinava no firmamento.
Um corropio de gente carregada de produtos daquela terra abençoada apressada dirigia-se para o bazar-capulanas multicolores vaidosas da sua cor garrida alegravam aquele constante vai vem.Crianças com a cadeirinha e livros debaixo do braço apressavam o passo a caminho da Escola,de janelas escancaradas ao sol ,ao vento e á chuva .Era o espaço da aprendizagem do respeito pelo trabalho e do saber para um país em cescimento.
Etna alimentara durante anos o retornar à Terra do Mar Longe.Ali estava.À que caminhava por entre aquele borborinho de mulheres caregadas dos filhotes a amamentar e os produtos da terra compreendeu que o seu retornar não se limitava
a revisitar,mas sentir bem no fundo da alma que era ali que estavam as suas raízes
de branca africana.O seu ser pertencia àquele lugar daquelas gentes em constante
labuta pela sobrevivência da familia.
Maria ,filha do Mar Longe

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Etna e a terra do mar longe

Etna começou a planear as saídas por aquela pacata cidade.Pq não uma ida pela praia ao longo da muralha?Como gostaria de rever os caranguejos verdes em correria para os esconderijos esburacados na areia.Ainda se lembrava como eram ariscos com as hastes em forma de tenazes de defesa.já haviam pedaços esburacados ao longo da muralha .Mas os seus caranguejos nem vê-los.Teriam emigrado por causa do mangal?Era tanto.Descalça palmilhou a muralha até à casa do Capitão do Porto,bem velhinha.Lembrava-se bem dela desde menina,do seu amiguinho Vasquinho ,um menino deficiente sempre atrelado à empregada Paula.Uma portuguesa branca naquela época de menina era um achado arqueológico.Ainda se recordava da frase desse menino sempre que via um missionário desotaina branca passeando pela marginal :paula á labé e benzia-se .Agora aquela casa estava em degradação ,até uma haste de casuarina trepava pelo telhado .Ainda tinha a larga varanda com rede e nem sabia como.Estava construida sobre um vasto pilar sempre com as ondas em constantes "choc" "choc" "choc"dia e de noite.O quintal era enorme abençoado por casuarinas pujantes que escondiam por momentos deliciosos de topless para escândalo da época falsamente puritana.
Ali estava aquela casa colonial tritemente abandonada .As dependências serviam de abrigo a sem abrigos?Não tinha a certeza da veracidade do facto e se a aproveitassem para turistas do passado,do presente e do futuro em vez de uma morte lenta e tão inglória?

Maria,filha do Mar Longe

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

etna e a terra do mar longe xi

Etna lembrou-se da Etna Maria .Decidiu escrever-lhe .
Etna Maria
Cheguei finalmente â Terra do Mar Longe.Nem calculas qto fiquei emocionada.Embora já noite bem noite ,passei pela estação de electricidade onde o Pai trabalhva de madrugada na companhia do Titia,aquele latagão a quem o Pai extraiu um dente com um alicate desinfectado em petróleo.Ri-me com este episódio.Lembraste ainda?O Colégio lá estava preguiçosamente debruçado sobre o seu pedestal vestido de verde.Imagina que a estação metereológica ainda cumpre as suas relações com o tempo.Parecia que o tempo não o trespassara.O hospital bem conservado com roupagem colorida.Apesar de ser já tão noite a iluminação clara deixou que eu o visse assim festivo.
Trinta anos .Céus,defacto muito tempo,Qto tenho para te contar,nem imaginas.
Esta terra não perdeu aquele sortilégio que só nós o conhecemos e saboreamos.
Porém este tempo é um tempo já sem tempo.Nada tem a ver com aquele tempo em que ingenuamente não passávamos de borboletas ao vento .A rua era a casa,as sananas dos molungos usufruiam do passeio o bem estar das suas cabriolices sob a vigilância das mamanas e o ripanço na esteira sob a mimoseira florida de amarelo .
Havias de gostar de voltar a ver a Lisa e o Jô.Ela ainda bonitona e insinuante .Parece que os anos não querem roubar a frescura da vida.
O JÔ ,como sempre,aquela figurinha esguia,agora seco e o cabelo todo branquinho,mas bem rijo nun constante vai vem na carrinha .
O amor é um grande santo milagreiro.
Dei comigo a pensar na Lisa e no Jô .As voltas que o mundo dá.Encontraram-se ainda jovens .Deveriam ter-se amado discretamente .Tinha de ser assim mesmo.A época era cruelmente preconceituosa.Mas devem ter ficado sempre enamorados,seguino rotas da vida diferentes.Opções.Habituaram-se a tropeçar um no outro sem nada exigir ao
amor fechado a sete chaves no coração.
Perguntaram pq não vieste.Ficaram a saber dos teus medos e do casulo em que enclausuraste.sabes o que disseram?
Devias ter vindo para te sentires bem com a vida e contigo.

Maria ,filha do Mar Longe

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Etna e a terra do mar longe xl

Lentamente Etna dirigia-se para a cidade .Passara por povoações regorgitando de gente imparável,negociando desde roupa a géneros alimentícios .Embora já tão noite ,loginhas iluminadas estavam bem afreguesadas.Parar?Nem pensar.Tinha de procurar a casa do jô e da lisa.A cidade tranquila estava iluminada e não foi dificil de saber o que queria num café pertinho do bazar.
Lisa e jo tomavam a fresca na varanda arrematada por suportes de ferro forjado por onde espreitavam hastes de ramos coloridos .Pequenas árvores aqui,acolá .Pelos canteiros pequenos vazos matizados com florinhas de cores quentes .
Posso jô?
-Quem é?perguntou
-A Etna das casuarinas-respondeu
-Etna ... aqui a estas horas?!-retorquiu jô
-É Verdade.Posso ficar por aqui hoje?
-claro Etna e dá cá um abraço.
-No fim de tantos anos ....quem diria ?grande surpresa,defacto.
-Até nos fazes companhia ,mas diz lá como deste connosco?quis saber jô
-Quer não que é muito dificil....quem tem boca não manda assoprar ,não acha?
Esta terra continua na mesma ,tranquila e acolhedora ,diga lá quem não vos conhece?
Ali na varanda se ficaram na bulabula sobre o outro lado do Equador.
JÔ ,apenas curioso .Lisa interessada no que Etna contava sobre coisas e loisas daqui dali.
Maria,filha do Mar Longe

Etna e a terra do mar longex

kilómetros infindáveis outrora percorridos sempre com a mesma sensação de tudo que era longe era perto.Havia uma familariedade entre a estrada e o automóvel.Etna não ia só .Levava consigo as infâncias perdidas ao sol e ao vento .Vieram para ali ficarem .Livres,gargalhando pelas dunas cobertas pela vegetação rasteira a que se agrravam para deslizar pelo morro da areia solta .
Uma sensação de bem estar invadiu Etna .Prestando atenção ao nevoeiro que surgia de onde em onde ,parecia ouvir ,cuidado ,uma lomba ,afrouxa .De repente era ultrapassada por um bólide potente com uns faróis que mais pareciam holofotes.Até arrepiava pq de repente caia na escuridão bréu.
Que delongas !Estava ansiosa por chegar.Por mais que tentasse contactar com pessoas em fila indiana nas bermas da estrada não tinha êxito.Fugiam em debandada.De que teriam medo?Ninguém a esclareceu.Atribuiam ao medo da noite
importunada por estranhos.Se verdade ounão o que interessava era sentir-se deliciada só por poder estar ali naquela estrada tão cheia de memórias.
A dado momento vislumbrou um casal bem jovem que a informaram que lhe faltavam uns três ou quatro kls para entrar na Terra Do Mar Longe,mas abrandasse a marcha.
O coração de Etna bateu aceleradamente .Ia finalmente chegar .Suspirou e comentou
-tenho de escrever à Etna Maria.

Maria,filha do Mar Longe

etna e a terra do mar longe ixl

Naquele momento ,Etna virara uma página de vida.Chegara com pletamente exausta à Terra do Mar Longe.Finalmente,após horas de uma longa e atordoada viagem de noite escura como bréu.Uma Série de peripécias pareciam querer travar aquele retorno mágico.Um furo,uma jante retorcida por um buraco enorme bem disfarçado por uma camadinha de água sobre o matope ,uma estrada alcatroada aos solavancos,uma multa choruda por causa de um sinal de limite de velocidade escondidinho pela folhagem de um arbusto,o crepúsculo semi enovoado ,constantes mercados rurais numa incessante
troca de produtos trantornaram o ritmo da chegada.A noite acabara por desabar ,trazendo consigo as sombras de um passado embalado por um retorno .....de um dia....
....um dia....repetido centenas de vezes....sempre que olhava o rio da cidadezinha do outro lado do Equador.
Movida pelo cansaço ,suspirava e dizia"ter-me-ia enganado"?que estranho,nunca mais vejo uma povoação para saber a qtas ando"que kilómetros!nunca mais têm fim.
Maria,filha do Mar Longe

sábado, 16 de janeiro de 2010

etna e a terra do mar longe vll

A espontaneidade daquele encontro ocasional tinha-a enchido de uma energia nova.Já não se sentia um tronco despernado .Era uma haste pendurada .A vida deixara-a já sem flores e com tantas traves no outro lado do Equador.Tinha afinal um cantinho .Que sensação de bem estar e segurança .Era a haste da sobrevivência.Aquele chão com a alegria da vida sem timing ,na intimidade com o que a natureza dá naturalmente recheando -a de mangueiras,papaeiras,ateiras,coqueiros ,jamboleiros ,goiabeiras,maracujás,cajueiros ,coração de boi ,bananeiras mafurreiras ao Deus dará de cumplicidade com as forças de Eolo e pelos campos mandiocas,batatas doce,ganga ,piteiras ,flor de mulata fetos altivos e humildes ....um mundo em que a mão gananciosa do homem ainda não tinha decapitado para dar aso a uma urbanização selectiva.Um Éden ainda em estado puro.
Ao longo de anos de ausência ,vestira outras roupagens ,mas sob estas não conseguira abafar o que guardava no coração:

"A casa da saudade chama-se memória: é uma cabana pequenina a um canto do coração."
Um mundo novo feito de stress,dominado pela descriminação,fundamentalismo,esquerdismo multifacetado ,agressivo ,marginalização com rótulos de ordem vária,hostilidade contra quem viera das excolónias ,indiferença pelo o outro....enfim.Tanta solidão bem escondida...
Maria ,filha do Mar Longe

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

etna e a terra do mar longe v

Pequenas batidinhas nas costas .Etna virou-se .Foi um momento de alegria .Três matulões sorriam abertamente.Uma hospitalidade confiante oferecida espontaneamente.Antigos alunos que a reconheceram sem qualquer dúvida .Imagine-se pela familiaridade com que bulabulava com as mamanas sobre a cigoma ,zirriva e os montinhos dacastanha de caju torrada ,já descascadinha. .Riam-se da procura daqueles produtos.Viram que era filha da terra.Perguntas.Respostas.De repente todas as vendedeiras passavam a noticia....Risotas inesperadas....e ambanines sorridentes e apressados.
-D.Etna,não é verdade?perguntou um dos matulões
-Claro e vocês?
-Não digam que já esqueceu.....rindo-se
-Bem .....deixei-vos adolescentes .....esguios....agora tenho diante de mim três homenzarrões
-Eu sou o Pedro Tembe,este o wiliam wilson com a mania do inglês......gargalhadas.....o outro o Caetano Matsinhe .....que queria ser professor e é mesmo professor ....
-Ena ....meu colega .....que tal ensinar?pérola doce ou não?Outros tempos ,D,Etna.
-venha um abraço...bem aconchegado
Foi um momento agitado ,agradável sem rodeios de perguntas sobre a vida como uma criança mimada .
-Bem ,e filhos?
-Riram-se .Nada adiantaram.Etna percebeu.A poligamia continuava de pé .Valorização da maternidade ?ou ainda a persistência da tradição ancestral como forma de manter a virilidade
do homem?
Choviam perguntas sobre o outro lado do Equador .Ainda se lembravam dos "olhinhos azuis",do "o bisguinhas",da gazela e do "ruivinho".
Houve momentos em que se riam a bandeiras despregadas com histórias que cada um contava
ou com as suas próprias histórias ,ao ponto das lágrimas correrem pelas faces.Comportavam-se como se o tempo não tivesse galopado.
Apesar de uma vivência na xilunguine dos brancos de primeira ,ali estavam pedaços de vidas
felizes por aquele encontro .....o qué a vida,ó Mãe África....a vida passa,levou consigo anos,amores,
o medo,tantas dores,a insegurança,gestos,rostos,mas as coisas boas não passam nunca -fica sempre o teu fascinio com o qual aprendemos a viver e a ter-te sempre no pensamento.

Maria,filha do Mar Longe

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

etna e a terra do mar longe lv

Recordações levaram Etna para o mundo das infãncias em que viveram mimadas ....até ouvia :mãeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee.....tou aquiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii ......e estava mesmo escondido por detrás de uma coluna desbotada pelas chuvadas .....sebastião....languça o menino....minino ....dá mão....olha o cacana ...leva menino .....era mais uma façanha .....Etna riu-se e Feliz riu-se também...Como estava tão longe esse tempo.Etna olhou o céu e na sua casa interior perguntou :foi esta a tua decisão com que os espeiritos da negritudade me sentenciaram?Sabias há muito que aquela infância perderia a infantilidade pelos caminhos da katamandu?Impressionante esse vere- idicto.....impedioso....Foi por ter de partir?Grande espinho espetaste na alma sabias? Mas ....já bebi todas as lágrimas ,fiz delas um lagozinho onde dois peixinhos cabriolam .Um como sempre bem ladino ,o outro doce como uma flor ....gargalhando.Guardo-os religiosamente .Ador adormece .Os teus cheiros de terra molhada vindos das tuas entranhas fizeram revisitarem te.É o que me resta da tua humanidade.Recuso-me a ser olhada como lixo.E também não admito que me digam que esta terra já não é minha.
Maria ,filha do Mar Longe

domingo, 10 de janeiro de 2010

ETNA E A TERRA DO MAR LONGE lll

Sairam as duas para o bazar .Etna queria amendoim para ser torrado e depois confecionado em linfete no velho pilão ansioso por mimosear aquela freguesinha vinda de tão longe e lhe prestava as suas homenagens.
Feliz tinha destinado um carilzinho de camarão bem picante .Chegada ao Bazar ,Etna parou e exclamou:Ainda é o mesmo,Feliz!Apressou o passo ,mas teve de recuar .Tanta gente!Um corropio de produtos .Toda a gente apressada.O Bazar ali estava.Olharam-se e sorriram.Desbotado pelos acontecimentos sucessivos da História.Natural.Abandonado a Deus dará.Grande injustiça.Mas ergueu-se revitalizado.O portão grande estava escancarado .Á direita e á esquerda artefactos variadíssimos desde candieiros em pau preto,cinzeiros de todos os tamanhos e feitios,sacos de palha ,um não acabar de trabalhos em madeira e em palhinha.O bric á brac era aos molhos .As bancas do peixe ainda estavam vivas de peixe,legumes e especiarias.Etna deu uma volta pelas banquinhas das mamanas com os produtos das suas machambas,os velhos molhinhos de piripir,limões para a pasta picante com que se deliciava petiscos que só as mais velhas sabiam confecionar.

Maria,filha do Mar Longe

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

ETNA E A TERRA DO MAR LONGE ll

Etna ia matabichar com a velha amiga Feliz na pequena e rasteira vivenda a precisar de
breves reparações.Pudera,passava a maioria do tempo no xilunguine na convivência dos búzios,os guardadores de segredos do universo sagrado .Aí obtém a resposta sobre o que inquieta quem a procura.Uma espécie de oráculo num microcosmo onde se projecta a vida .E a casinha ficava tristinha de solidão.
Era o momento há tanto tempo sonhado.Dois mundos de profundas emoções na luz da sinceridade.Muito bulabularam acomodadas numa esteira sob a velha e bonacheirona mafurreira.Prestavam naquele momento uma homenagem à estabilidade da amizade quem milhares de kls tinha conseguido afogar na destância dos tempos tal como raizes de duas árvores longe de um bem estar que custara bem caro.Naquele momento afundaram-se numa história de sedimentos secretos de dois mundos sem falsidades.
Foi uma manhã polindo a memória sem fantasmas.Divertida.gargalhada.Geneologias de vidas em navegação solitária.Momentos bem hilariantes como a estrela papagaio cujo fio ainda não perdido com o qual trocavam para o dia seguinte.Se assim não fizessem aquela guita arrastava um novelo de estrelas e a brincadeira acabava sem graça nenhuma.

Maria,filha do Mar Longe

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

As decisões impõem um percurso.É algo que nos move.Também se modifica.Exige uma atenção perspicaz.É como uma borboleta cujo esvoaçar nos extasia qdo poisa.Não pára.Quer pôr-se de imediato a caminho ,saltitando,depenicando e arrasando.
Abrira-se o caminho para os espaços revesitar já com migalhas de histórias .Asua história.
Etna encheu o peito de ar .Agarrou na sacola.Enfiou nela bolinhos de sura,umas bananas maçãs e casquinhas de caranguejo compradas na nunu vizinha ,obesa por passar horas sentada a despachar encomendas para fregueses no xilunguine.O rosto marcado por rugas impressionantes.Qdo viu Etna disse logo:shi....minina veio.....mesmo ....fazer o quê?Ora.....voltar à minha terra....como se lembra de mim?Pq foi embora?Medo.Aqui?shi....aqui ninguém fez mal brranco....Eu sei,mas tinha criança na barriga e médicos?todos no famba.Ah!percebo.
As casquinhas eram o seu ganha pão.Ao falar ria-se de vez em qdo e abanava a cabeça....por mais que perguntasse pq se ria ,apenas respondia:já esqueceu linfete ?Etna percebeu,afinal lembrava-se da garota a saltar o muro para se lambuzar de linfete.
Etna meteu-se pela cidade do caniço ,de ruelas tortuosas e areia solta sem se preocupar o que lhe aconteceria já tão ausente da pele branca ,nem que rostos hostis poderia cruzar-se.Apressou o passou cumprimentando quem varria oquintal com as tradicionais vassouras ,grossas,nodosas e já nem se lembrava se eram das palmeiras ou não.
Sabia bem caminhar despreocupada como criança que fora por aqueles espaços tanta vez pisados
à procura da sua Catarina a mamana da filha.
Maria,filha do Mar Longe