sábado, 12 de janeiro de 2008

quem sou?gente sem história

Eu já não tenho lágrimas .Estas depositam-se no coração como o calcário na máquina de lavar.
O tempo já tão longe vai trazendo lentamente a noção de que a vida é como um sonho e os sonhos são como as nuvens e nada nos pertence senão a sua sombra.Vou sendo gente sem história.Vou existindo na memória do acaso.Os que morrem,desaparecem como se fossem estre
las que tombam.Caem sem nenhum ruído,sem se saber onde nem quando.Ficam ténues lembranças que,por vezes,que não deixam pertencer a um só lugar e impedem a tranquilidade de não dividir memórias.
A vida ´e uma dádiva de Deus,perante a qual não podemos nem quietos nem manietados.Por isso,sinto-me sempre levada por um tornado de vento,apagando dos olhos o sofrimento.Luto por
sonhar com o impossível.Esse impossível é visionar nas dunas infâncias gargalhando de tronco nu.Ao fim e ao cabo,tenho sede daquela ternura como o deserto de água.Quero tornar a nascer
para não perder a minha essência de Ser para não sentir que já não sou nada.Sou gente.Posso ser gente já sem história.Recebo mensagens que deslizam velozes,mensagens de uma existência
Consigo ,então,ver troços calmos,tranquilos,paisagens,profusão de flores ,arco iris.Dão-me guarida e deixam-me flutuar nas ondas do Mar Longe.Vou e venho.Trago-me e levo-me.Nesse
vai vem ,vou esboçando o Ser que sou ,gente já sem história.m
MARIA filha de um Mar Longe.

2 comentários:

Anónimo disse...

Maria, cada vez mais fico surpreso com você, agora descubro que és uma poetisa.Parabéns pelo texto.
Seu amigo vochop5@gmail.com em 19/01/2008

Mar Longe disse...

comentar?

para dizer que todas as palavras

serão inúteis se não brotarem do

fundo do coração.sueli