segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

terra da boa gente

Por muitos anos que decorram sobre a partida de Africa ,as recordaçóes de infâncias perdidas ao sol ,ao vento,abrem sempre as portas da saudade,de espaços ,hoje desertos,ao fluir da amargura .
A identidade dos que por lá andaram perde-se ,fragmenta-se na angústia profunda que mina vidas.
Há anos ,imagine-se ,esqueci a data-estará resguardada no subconsciente?-fui reviver a terra onde eu e os filhos nascemos -um pedaço de terra igualmente plantado à beira mar ,-onde as casuarinas milenárias a defendem da erosão e dos ventos das monções vindos de savanas de outras paragens africanas num constante "zummmmmmmmmmmmmmmm",arrastando poeiras arenosas que invadiam sem cerimónia o interior das casas.
Não tenho palavras para expressar esse reencontro.~
Reavi um passado.
Despedi-me sem palavras.
Pensei:"Palavras que não dão luz são inúteis e aumentam a escuridão de uma grande solidão que se fecha na mão.
a Maria do outro lado do Mar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Querida Maria do outro lado do mar...

Escreves bem, poético, mas sempre com muita tristeza...
Sei que encontras nas pequenas coisas, alegrias.

Sei, o quanto no oferecer doçura, também a recebes.
Começa a escrever situações, locais, cheiros da tua Africa...
Tens muito a nos oferecer.
Não me esqueço de ti.
Somos cúmplices de uma geração...

Tu sabes? Se escreves muita tristeza, as pessoas afastam-se, sem querer, dela…

Repara?! Temos sorte, utilizamos a net, quando tanta mulher ou homem da nossa idade, nem a imagina!
Sugiro-te que vás escrevendo pequenas histórias com o cheiro e a poesia do teu país! Deves de ter tantas!

Um beijinho doce de uma Helena, que nasceu entre a confusão de Lisboa!

Lena

Pedro Arunca disse...

Gostei do que li e não sendo grande conhecedor de África - um pouco mais de gente -, entendo essa saudade doída que lhe corre nas veias.

O título também soava bem a "Gente de boa terra".

Conte mais das suas histórias, faça destas páginas as suas memórias.

Obrigado,

Pedro