Por muitos anos que decorram sobre a partida de Africa ,as recordaçóes de infâncias perdidas ao sol ,ao vento,abrem sempre as portas da saudade,de espaços ,hoje desertos,ao fluir da amargura .
A identidade dos que por lá andaram perde-se ,fragmenta-se na angústia profunda que mina vidas.
Há anos ,imagine-se ,esqueci a data-estará resguardada no subconsciente?-fui reviver a terra onde eu e os filhos nascemos -um pedaço de terra igualmente plantado à beira mar ,-onde as casuarinas milenárias a defendem da erosão e dos ventos das monções vindos de savanas de outras paragens africanas num constante "zummmmmmmmmmmmmmmm",arrastando poeiras arenosas que invadiam sem cerimónia o interior das casas.
Não tenho palavras para expressar esse reencontro.~
Reavi um passado.
Despedi-me sem palavras.
Pensei:"Palavras que não dão luz são inúteis e aumentam a escuridão de uma grande solidão que se fecha na mão.
a Maria do outro lado do Mar.
NEM SEQUER ME PODIA DAR AO LUXO DE CHORAR.
Há 11 anos
2 comentários:
Querida Maria do outro lado do mar...
Escreves bem, poético, mas sempre com muita tristeza...
Sei que encontras nas pequenas coisas, alegrias.
Sei, o quanto no oferecer doçura, também a recebes.
Começa a escrever situações, locais, cheiros da tua Africa...
Tens muito a nos oferecer.
Não me esqueço de ti.
Somos cúmplices de uma geração...
Tu sabes? Se escreves muita tristeza, as pessoas afastam-se, sem querer, dela…
Repara?! Temos sorte, utilizamos a net, quando tanta mulher ou homem da nossa idade, nem a imagina!
Sugiro-te que vás escrevendo pequenas histórias com o cheiro e a poesia do teu país! Deves de ter tantas!
Um beijinho doce de uma Helena, que nasceu entre a confusão de Lisboa!
Lena
Gostei do que li e não sendo grande conhecedor de África - um pouco mais de gente -, entendo essa saudade doída que lhe corre nas veias.
O título também soava bem a "Gente de boa terra".
Conte mais das suas histórias, faça destas páginas as suas memórias.
Obrigado,
Pedro
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