sexta-feira, 12 de março de 2010

Não calculas ,Etna Maria ,onde estive hoje pela manhã depois do matabicho na varanda aromatizada da Lisa.
Encontro-me no Jardim onde brincavas todas as tardes com as tuas amiguinhas a joguinhos que hoje já passaram ao mundo da Arqueologia.Tinha passado por lá pelo anoitecer .Fiquei surpreendida com a ausência da estátua do outro lado do Equador.Acabei por descobrir que jazia nas trazeiras de umas instalações mecânicas tendo como companhia a folhagem lixo.Talvêspara
esse lixo o transformar num semi -deus condenado a prisão perpétua.Uma carreira invejável.
Graduação divina-um homem dos mares que bem ou mal serviu um País .Agora ,inútil ,indigno até de um antiquário.
Não achas Etna Maria que frases ,nomes ,restos de letras enigmáticas cravadas em pedras,bustos estranhos como na ILHA DE PÁSCOA,POR EXPLO,são marcas portentosas de eventos históricos com marcas de tempos misteriosos de qualquer História.Suscitam raiva,rancores ,orgulho quer se queira quer não.Cofres de conjecturas.Raízes que ajudam a crescer ,a procurar rumos novos e compreender povos entre si.
-Que pena não estares aqui.
Sabes que aquela estátua esteve condenada ao mar.Depois de saber que lhe queriam dar este destino ,regressei a casa da Lisa matutando no sarcófago maritimo onde por pouco não a enfiaram.
M-mandar
A-acolher
R- regresso
Roída por estes pensamentos ,estuguei o passo e fechei o portão.
Acabamos por dar valor à memória afectiva das coisas pequenas mas grandes por dentro.
Tenho tanta pena daquela estátua ao relento da cacimba passeada por lagartichas,bogononos e escaravelhos ,Forma potencialmente nobre reduzido ao espectro de um fóssil sem estatuto.
Tenho igualmente pena das gerações vindouras ainda incapazes de valorizar a sua identidade
e não uma excentridade que dê geito ,

Maria ,filha do Mar Longe

Sem comentários: