segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Diálogo com Deus (9)

-Olha ,vou confidenciar-te o que guardo na memória de menina.Havia na paróquia da Terra do Mar Longe mesas com livros enormes forrados a veludo vermelho debruados por um cordão dourado com a Tua imagem.Metias medo.Tinhas barbas acizentadas semi encaracoladas,compridinhas,mangas largueironas ,rosto carancudo,gorduchão ,vestes purpuradas,e uns olhos nada amistosos.Emergias de nuvens iguaolmente acinzentadas assustadoras,Pareciam bem zangadas.
Felizmente sem bastão,nem ceptro.
Gostaria de saber quem te imaginou daquele geito.Eras mesmo o Evangelho desfigurado.Parecias mesmo mais uma figura mitológica.Se calhar querer-se ia assustar os ares ,os mares e os homens.Mas que mania de se servirem de Ti para o medo,o temor ,o receio.....Voltaire dizia
: “O mundo me perturba e não posso imaginar que este relógio funcione e não tenha tido relojoeiro”…Tu és silencioso e discreto ,será por isso que o medo,o temor,o receio
servem de arma para seres respeitado como o tal relojoeiro ?
-Tens razão....tal como contas ,eu devia assustar e para mais nem uso bastão nem ceptro.
Maria ,filha do Mar Longe

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