terça-feira, 10 de novembro de 2009

Diálogo com Deus(14)

-Não tiveste pena de os ver solitários e assustados?Eles expulsaram-se.
-Ao longo da vida ,surgem opções.Servem para se redescobrir e seguir um caminho.A decisão foi deles.Serviram-se do medo para me encararem.O medo prende,infecta,agrede e acobarda.
-Sempre que penso nesses progenitores ,Icaro vem á memória.Esqueceu-se das recomendações de Dédalo.Mas a ânsia da liberdade foi tal que aproximou-se demais do Sol .as asas derreteram-se e caiu no Mar Egeu.Ficou como o símbolo da insensatez.
-Ora vês como tens consciência dos pactos traídos?!
-Gostei da atitude tomada.Não os expulsaste com nenhum látego.Deste-lhes a oprtunidade de refazer a vida em liberdade e criatividade.
-Com certeza.A partir de então estou sempre á espera que o homem descubra que tem um Éden dentro de si próprio.
-Bolas...contigo ninguém leva a melhor.Estás sempre atento.
-Sabes porquê?porque amo o ser humano eu o criei ....
-E eu a ver-te como és,sempre escondido,mas complacente com um coração imensurável.
-Nada receis,estou sempre contigo.O medo fecha-te,isola-te.Só te faz mal.
-Eu sei que andas sempre por perto.Sabes que até te humanizo?
-Sério?ahahaahahah e como?
-Não Te rias.Imagino-te como o progenitor que me deste.
-já agora ,diz-me como,estou curioso.
risonho
generoso
justo
amigo de ajudar
doce
bonacheirão
tolerante
-Mas tenho que te dizer uma coisa.
-Diz então.
-Ao criares o Universo e o transformaste num Planeta palpitando de vida,tinhas um projecto para a humanidade:amor,misericórdia,perdão,alegria,tolerância ...enfim,a humanização na vida.
-Defacto e muito mais.
-Passei um tempão a correr atrás desse projecto e nunca aí me encontrei.Onde estás afinal?
Longe,muito longe o eternamente escondido.Será que me está interditado o teu projecto de vida destinado a fazer-nos crescer e a aprender a ser pessoa á tua imagem e semelhança?

Não estás na sinagoga
nem na austera mesquita
nem na sumptuosa catedral
não estás nos pagodes
nem nos templos hindus
muito menos nas ruinas de templos antigos
que outras crenças não conseguiram suportar
habita-nos simplesmente
moras em algo feito de carne e osso
num minúsculo vermelho vivo
que vive e me revive.
Maria,filha do Mar Longe

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