quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

terra do Mar Longe IV

Ninguém tinha consciência de como tudo seria alterado.Esse tudo implicaria
aprender a ter outro tipo de coragem para evitar que a vida se transformasse num
inferno.Claro que seria inevitável o aparecimento de muitos Zé Ninguém,como também muitos LULUS a sacudir a cauda constantemente.Não faltariam lambebotas,servis,dependentes,corteses,ousados,viracasacas e até molúrias tipo magajojos,insignificantes,mas prestativos,mas incomodativos pela gelatina de que se revestemquando espezinhadosCriaturinhas nojentas.Muitos levariam tempo a esquecer as patranhas deitadas ao vento,clamando uma ascendência que
afinal residia nos molhos de lenha à cabeça ,mas ao passarem o Equador tudo ficara coado.Em contrapartida ,choveriam as gabarolices de um nível de vida reverenciado pela criadagem ,um passado pintado com as cores do arco iris.Mal se davam conta de que ficariam limitados à condição de forasteiros na terra dos antepassados.Estranha condição humana.Nem imigrantes seriam.Gente diferente.Um subproduto social.
Naquele momento ,aquela Africa ,maternal,castrava nas suas entranhas,a sua maternidade humanista.Aquela terra africana como todas as terrs africanas têm
bosques,florestas,clareiras,matagais,savanas sedentas de vida verdejante.Parem segredos ,mistérios,paixões com a cumplicidade da noite,cóleras,enquanto os sotiçôs de Agar vagueiam em liberdade quer pelos becos encaniçados,quer pelas margens das águas como guardiões da era promissora que se avizinhava.
Maria -filha do Mar Longe.

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