segunda-feira, 3 de março de 2008

a Terra do Mar Longe IX

-De zelo?Ou antes prenúncio ostensivo de opções?É o que queres dizer?
-Não.Quando muitoé um desafio às regras articuladas pela chibata do cavalo marinho
e das palmatoada,bem como às grilhetas nas pernas como jógós de um circo.Já te esqueceste do que te aconteceu qdo menina viste aquele maconde estiraçado no chão esquartejado das chibatadas ensanguentadas e tu ,ao regressar a casa ,os teus pais tiveram de chamar o Dr.Franqueira?Os teus nove aninhos estavam compadecidos ,silenciados e os nervos febris.
-E o que tu vês e tanto te intimida ,não passa de uma espécie de hybris da tragédia grega.
-Ah!Já percebi...Significa ...uma forma subreptícia de desafio à velha ordem.
-Nenhum desafio faz um precurso linearmente.Sabes tão bem como eu.Certamente que haverá um longo caminho de esperança a percorrer.Fome.guerra,doenças,injustiças,corrupção,carências...enfim,conjunturas,desconjunturas
ao sabor de interesses falaciosos.
-Prevês precursos com avanços e recuos dominados por desconfianças infindáveis?
-É verdade.Deixem os povos seguirem o seucaminho.Aprenderão que esta terra deu
coragem e resignaçãoe espirito de luta sem miragens nem mitos.Acabem com o preconceito de manter povos com uma esperança de progresso `do instinto da sobre
vivência.
--Estou a compreender-te ,Mãe África.As transformações serão irreversíveis.
-Sem dúvida.,filha.Parte se assim entenderes.Se um dia vieres visitar-me ,só o sol,o ar
e o mar esperar-te-ão tranquilamente sentados à sombra da tua casuarina já tão encanecida e vão murmurar fundos segredos que falam de saudade.
Mãe,sinto-te renascer com um sorriso de fé e de esperança.Partindo,meus beijos abraçam-te.
-Filha,euestou onde sempre estive.Simplesmente agora não posso adiar a conquista do futuro.E este rodopio zunindo aos meus ouvidos desfazem-me em infterrogações.
Maria-ffilha do Mar Longe

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