quinta-feira, 20 de março de 2008

terra do Mar Longe XIV

A pequenada entretinha-se a ficcionar outras histórias transpondo as portas da imaginação.Tombado,passava o tempo à espera do chape chape das marés até ficar submerso.Coitado,tão mutilado podia criar?Reminiscências de escravidões passadas?Era,sem dúvida,uma espécie do expresso do tempo.Sem préstimo,desfigurado,esquelético escuta os rumores dos ventos das monções que pelos solistícios por ali entravam alegremente.Traziam novas misteriosas das savanas de outras paragens .Rumos por desvendar.Oráculo de tempos a perder-se na distância.
O avião seguia o seu rumo .Embalava enganos.O ostracismo seria uma constante.Criaria um vazio.Já não haveria histórias de outros lugares,de outros tempos já sem tempo.A maioria dos novos albinos com raizes longinquas iria percorrer um caminho de pés fatigados.Vinham de uma terra quente ,verde,meiga ,cheia de vida.Teriam de se confrontar com a palavra solidariedade sem temer confronto.Rigorosamente viajariam num Tempo Novo.Por agora ,não passavam de pássaros peregrinos.Tardariam a quebrar as amarras da geografia do corpo africano.
Etna sentia-se uma brisa pelo jardim da esperança ,a heroina que queria ser.
Maria-filha do Mar Longe.

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