quarta-feira, 12 de março de 2008

Terra do Mar Longe XII

ESte ondeado fecundado pelas marés mortas,preguiçosas e rasteirinhas naufragavam fugindo de lamentos.
As rugas do velho serviçal estavam ali naquele rosto perdiam-se em tempos de copos de vinho que o punham a cantar as manqueiras ardilosas dos molungos manhosos.Os lábios grossos gretados ,semi descaídos ,asseados pelo pau de melala deixavam que dentes meio decapitados espreitassem ,denunciando uma burla nutricional de uma frugalidade desvitaminada por muitos e longos anos.
Naquele momento Etna não podia deixar de recordar aquela manhã abafante de Fevereiro.O calor asfixiava.O céu ostentava as vestes cinzentas plúmbeas.Foi quando Zaqueu a chamou para ver aquele parto impressionante.
Etna desceu.Precepitou-se para o muro do quintal .Levantou os olhos .Ficou boquiaberta.Nuvens em pequenos anéis deslizavam do ventre do pneu mãe ,circundando-a como deuses sentados com a angústia espelhada em anéis encaracolados,deslizando para o lado da sala.Chegados aí ,pararam e se ficaram como abutres do silêncio.
Maria-filha do Mar Longe.

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