sábado, 16 de janeiro de 2010

etna e a terra do mar longe vll

A espontaneidade daquele encontro ocasional tinha-a enchido de uma energia nova.Já não se sentia um tronco despernado .Era uma haste pendurada .A vida deixara-a já sem flores e com tantas traves no outro lado do Equador.Tinha afinal um cantinho .Que sensação de bem estar e segurança .Era a haste da sobrevivência.Aquele chão com a alegria da vida sem timing ,na intimidade com o que a natureza dá naturalmente recheando -a de mangueiras,papaeiras,ateiras,coqueiros ,jamboleiros ,goiabeiras,maracujás,cajueiros ,coração de boi ,bananeiras mafurreiras ao Deus dará de cumplicidade com as forças de Eolo e pelos campos mandiocas,batatas doce,ganga ,piteiras ,flor de mulata fetos altivos e humildes ....um mundo em que a mão gananciosa do homem ainda não tinha decapitado para dar aso a uma urbanização selectiva.Um Éden ainda em estado puro.
Ao longo de anos de ausência ,vestira outras roupagens ,mas sob estas não conseguira abafar o que guardava no coração:

"A casa da saudade chama-se memória: é uma cabana pequenina a um canto do coração."
Um mundo novo feito de stress,dominado pela descriminação,fundamentalismo,esquerdismo multifacetado ,agressivo ,marginalização com rótulos de ordem vária,hostilidade contra quem viera das excolónias ,indiferença pelo o outro....enfim.Tanta solidão bem escondida...
Maria ,filha do Mar Longe

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