quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Etna e a terra do mar longe

Etna começou a planear as saídas por aquela pacata cidade.Pq não uma ida pela praia ao longo da muralha?Como gostaria de rever os caranguejos verdes em correria para os esconderijos esburacados na areia.Ainda se lembrava como eram ariscos com as hastes em forma de tenazes de defesa.já haviam pedaços esburacados ao longo da muralha .Mas os seus caranguejos nem vê-los.Teriam emigrado por causa do mangal?Era tanto.Descalça palmilhou a muralha até à casa do Capitão do Porto,bem velhinha.Lembrava-se bem dela desde menina,do seu amiguinho Vasquinho ,um menino deficiente sempre atrelado à empregada Paula.Uma portuguesa branca naquela época de menina era um achado arqueológico.Ainda se recordava da frase desse menino sempre que via um missionário desotaina branca passeando pela marginal :paula á labé e benzia-se .Agora aquela casa estava em degradação ,até uma haste de casuarina trepava pelo telhado .Ainda tinha a larga varanda com rede e nem sabia como.Estava construida sobre um vasto pilar sempre com as ondas em constantes "choc" "choc" "choc"dia e de noite.O quintal era enorme abençoado por casuarinas pujantes que escondiam por momentos deliciosos de topless para escândalo da época falsamente puritana.
Ali estava aquela casa colonial tritemente abandonada .As dependências serviam de abrigo a sem abrigos?Não tinha a certeza da veracidade do facto e se a aproveitassem para turistas do passado,do presente e do futuro em vez de uma morte lenta e tão inglória?

Maria,filha do Mar Longe

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